quarta-feira, 26 de maio de 2010

Não estamos longe não!!!!


Você já parou pra pensar que as pessoas passam e estão passando pelas mesmas coisas que você?! Que, na verdade, as pessoas podem ser muito diferentes e, mesmo assim, num determinado momento, fazer parte de um mesmo grupo, que passa pelas mesmas situações?!
Aliás, essa é uma das funções da realização de grupos... Poder ver que passamos, muitas vezes, pelas mesmas coisas, que sentimos coisas muito parecidas, afinal, apesar de diferentes, somos todos seres humanos.
Digo isso porque hoje, num de lokão a pensar lembrei-me de um amigo que me disse algo que fez todo o sentido pra mim.
Disse ele que às vezes quem está longe nos compreende muito mais e melhor do que quem está do nosso lado. Que não é preciso se ver sempre pra se entender... Que às vezes, a vida nos surpreende e nos presenteia com pessoas assim.
Nesse momento, uma grande amiga e um ser muito especial na minha vida (sim Veve, professora de Capão da canoa :)), ela é do tipo assim não preciso falar mais nada, afinal, ela conhece meu infinito particular e sabe muito bem como é esse menino homem na condição finita de ser humano.
Ainda sobre isso tudo, na noite passada, tive um sonho muito interessante! Cheio de detalhes e coisas que me fizeram me sentir bem. Acordei pensando nela
alguém muito especial, mas que está longe. Desde o início nos perguntamos se estaríamos mesmo longe... Porque nos sentimos longe geograficamente, mas, ao mesmo tempo, estamos muito próximos pela sintonia com o universo.
Esses dias li uma frase que me chamou muito a atenção. Dizia que para estar junto, não é preciso estar perto, mas do lado de dentro! Concordo perfeitamente com isso porque é exatamente isso que eu sinto!
De tudo isso que se passa, só sei de uma coisa... Sei que quero ela sempre por perto, mesmo que esteja longe! ;)
Obrigado Veve por existir querida

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dysney


Sou gibiófilo...
Sei que a palavra não existe, mas se existisse significaria “amante de gibis”, do grego “filos” = amizade, atração.
Desde que aprendi a ler, aprendi a gostar de revistas em quadrinhos, principalmente as da Disney pois não tinha luz aonde eu morava então tv só na casa dos outros. Aprendi a gostar de ler lendo gibis que ganhava dos outros, vizinhos, amigos etc.
Personagens como Tio Patinhas, Donald, Gastão, Margarida, Peninha, Pateta, sempre povoaram meu imaginário infantil.
Eu era uma criança irrequieta, agitada. Mas bastava colocar uma pilha de gibis em minha frente para que eu me aquietasse e ficasse em silêncio. Comprava gibis quanto tinha um troco, pedia emprestado, trocava... Tinha uma verdadeira gula por eles. Uma atração inexplicável.
Mas se aprendi a gostar de ler, também aprendi muitas outras coisas com os gibis que só fui me dar conta mais tarde já no seminário.
Aprendi que para ficar rico basta simplesmente poupar, como o Tio Patinhas. Poupar mesmo, radicalmente. Não gastar em absolutamente nada que seja supérfluo. Quem não é rico é porque não sabe poupar. Sentia-me culpado por não saber poupar, e encontrava aí a justificativa para não ser rico. Mas hoje percebo que quem poupa é porque é obrigado, é porque se não poupar não consegue pagar todas as contas. E a maioria dos poupadores que conheço são pobres de espirito e rabugentos...
Aprendi que crianças são criadas por tios ou tias, nunca pelos pais. Donald cria os sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho. Mickey cria os sobrinhos Chiquinho e Francisquinho. Margarida cria as sobrinhas Lalá, Lelé e Lili. Zé Carioca tem os sobrinhos Zico e Zeca. Peninha cria o Biquinho. Pateta, o Gilberto. Até os Metralhas têm sobrinhos. Mais tarde descobri que Walt Disney era homossexual, não tinha família e era contra a instituição família. Então nunca a retratava em suas histórias. Ninguém casa, ninguém tem filhos.
Aprendi que ladrões roubam porque são maus. Os Metralhas, Mancha Negra, Professor Gavião... Todos eles roubam simplesmente porque é da natureza deles roubar. São bandidos porque gostam de ser. Mas hoje sei que o que faltou a bandidos foi justamente uma família estabilizada, educação em casa e na escola, condições para uma vida digna. E faltou justamente devido à concentração de renda nas mãos de pessoas como o Tio Patinhas...
Aprendi que crianças não têm religião, não rezam, não vão a nenhuma Igreja, não fazem catequese. Parece que o nome de Deus é proibido nos gibis da Disney. Mas hoje sei que crianças são muito religiosas e possuem uma fé mais pura e, às vezes, até maior que a dos adultos. E sei que a educação religiosa das crianças é de fundamental importância na formação de seu caráter e na construção do sentido da vida.
Hoje sei que nem revistas infantis estão livres de fortes ideologias, principalmente a capitalista. E acredito que, já que fazem parte do cotidiano de tantas crianças, estas revistas deveriam ser trabalhas em sala de aula de forma crítica e construtiva, a partir de questionamentos e comparações.
Não parei de ler gibis. Continuo lendo, é um excelente passatempo para mim quando o tempo permite ultimamente tenho tido bastante heheheh. Mas aprendi que preciso desaprender muitas coisas que os gibis me ensinaram....