terça-feira, 11 de novembro de 2014

Era uma vez em novembro...

Era uma vez, em novembro.... Um menino, homem, moleque, que andando por aí ele segue. Não sei por onde, mas segue... Há algum tempo ele se perdeu, o amargo o envolveu, seu coração parece que endureceu, sua cara envelheceu, mas o sorriso não perdeu O sonho de mudar o mundo desapareceu, a dor cresceu porém pensou...sou mais eu.... Alguns dias penso que ele amadureceu, outros tantos que retrocedeu, Era uma vez, em novembro Um moleque, menino, homem, Que de dia em dia, procura, perde e encontra sua paz. Era uma vez, Porque às vezes procuro ele, de noite, de tarde ou de dia, e nada acho, às vezes muito pouco, o que fica é só e somente só, a lembrança, esperança, a saudade e a àquela nostalgia... Porém nunca perde o sorriso sincero..... By Marconi

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Comemoração do corpo ou da alma?

Prossegue em mim este encanto de saber que não estou sozinho. um olhar distante sobre a pia onde já não tem louças pra lavar, apenas um copo de fanta que tomei antes. Uns acuados de cachorro me acompanham, durmo mais um pouco depois que o celular tocou pela segunda vez. Sou o propósito comum, absorvido pela carne que me tece. Por vezes a inspiração vem me ver. Vestida de tristeza se aloja num canto do quarto e insiste a me ditar poemas. Neles, a alma pode se lenir, num abstrair-se sereno, inevitável, quase religioso... As lagrimas escorrem sem saber o porque... A intensidade rítmica do poema e seus algozes vai favorecendo à alma em cacos um constante restituir-se nas palavras. Verbos que se ajeitam na curva da dor, pronomes que se entranham no vácuo da mágoa e adjetivos que acariciam os restos de alegria. Este é o cenário interior do poeta que muitos dizem que sou, lá, onde o poema não escrito espera as dores da contração poética. Filho, que no silencio da carne, espera o milagre gráfico que o fará concreto, palavra e por vezes musica Tudo mais são confluências ontológicas, sombras de inspirações alheias, saio do serviço cansado e pego um trânsito caótico.... Dia 11 será a festa da minha nova idade, novidade que continua continuando, sem inovar, feito rio que corre sem se mover, movido pela força de ter que ir, sem poder ficar. Assim o tempo, a vida e eu. Persegue em mim este encanto de saber-me indo-me. Este não parar, não poder ficar, contínuo indo, constituindo-me para sempre findo-me em. esta embriagada forma de viver morrendo, crescendo e de ser feliz. Meu olhar é um ensaio do eterno. No findo, o lindo se mostra, projeta-se para fora do tempo e se ossifica de alguma forma. Adorada condição primeira de saber-me cera que se dissolverá. Feito luz que se alojou na fresta, quero assim sem pressa, no eterno me abrigar e sentir-me bem Por isso quero a música, a palavra, o cotidiano. Lugares que desafiam o tempo e sua bruta forma de correr... Ver meus filhos crescerem Com eles eu vou mais devagar. Neles eu encontro a pausa, a esposa e a revelação divina.Neles eu descanso a alma que não tem pressa, porque é eterna. O corpo, marcado pela condição de ser finito, vive a ansiedade de perder o tempo, o horário e a definição de seus músculos. Alucina-se na temporalidade do êxtase e degusta a vida frutificada em seus diversos sabores. Ele sabe o quanto é bom viver! Enquanto isso, não exatamente no tempo em que digo isso, a alma esmera-se em dar-se a si mesma como experiência fundante e absolutamente bela. Alimenta-se de outros sabores, ampara-se em outras margens e toca o teu violão como se tivesse num show....Mas ama o corpo. Não o despreza, mas o impregna com detalhes do seu fundamento. Sensibiliza-o e o prepara para a arte. Religiosamente o ensina a rezar, tocar o eterno e a sentir os sabores por outras vias. Ela o ensina dançar, ter ritmo, postura elegante. A alma é a educadora do corpo, pedagoga e historiadora que o guia pela mão. Andam juntos e se amam em suas diferenças. Não têm o mesmo tamanho. Alguns corpos imensos abrigam almas pequenas, minúsculas. O contrário também é verdadeiro. Corpo e alma se alimentam de diferentes substratos. Há também os corpos torneados aprisionando almas mancas. E corpos disformes possuidores de almas elegantes ah como é bom ser assim elegante...... Mas por ser humano dmais, me mostro manoco por vezes.... É que quando a alma não tem a primazia, o corpo tende a sufoca-la, entorpecê-la. Vive como corpo, apenas. Vê o que vê, toca o que toca, sente o que sente e sabe o que sabe. Vive apenas para envelhecer, colecionar idades, erguer paredes e contar dias no calendário. Quando as duas realidades caminham juntas, o corpo tende a ganhar novos significados. A alma que não envelhece, torna-o mais sensível para as realidades que não passam. Ela o impregna de novas cores, novas disposições... assim eu amo mais... Não sei porque estou me dispondo a descrever a realidade humana de maneira tão fragmentada, positivista. Somos um mistério único no ato de sermos corpo e alma. Tudo mais é mera especulação sem fundamento. Talvez eu esteja falando disso porque sexta é o meu aniversário. Aniversário do corpo ou da alma? Acho que é do corpo. Foi ele que nasceu um dia. Não sei. O que sei é que no aniversário do meu corpo quero mesmo é a comemoração da alma e sorrir ao lado de quem me ama e quer bem... By Marconi