sábado, 23 de julho de 2011

Escrever faz parte da minha terapia!!!


Tenho pensado muito ultimamente e, mais do que isso, tenho me sentido a flor da pele.
Não escrevo textos acadêmicos, mas textos de vida, sobre a vida, com vida . Escrever simples contos que, a princípio, não tem nada de pessoalidade.
Ah, que triste engano dos que pensam desta forma!
Tudo que escrevemos, que criamos, a forma como o fazemos diz também quem nós somos.
Além de ser terapêutico, eu diria.
Quem pensa, modifica as coisas de alguma forma. Quem escreve também. Escrever é significar. É dar sentido a um amontoado de letras soltas que sozinhas, não dizem nada.
Ah, sozinhos realmente não somos nada, se nem as letras o são.
Pensar é transgredir, escrever é transgredir também.
É dar um salto, é modificar-se, é ir contra tudo aquilo que nos é imposto, é revirar-se e revoltar-se, mas consciente do que se faz, consciente de quem se é e do que se quer.
embora a angustia por vezes nos parece tão suprema!!!

Pra não perder o costume, um trecho de uma autora gaúcha!!!

"Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer". Lia Luft
Inté!!!!

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